quarta-feira, 16 de maio de 2012

ÁFRICA EM FOCO - Fórum Brasil África discute relações político-econômicas em Fortaleza

Oladiran Bello, da Nigéria, (Nigéria), pesquisador da Fundación para las
 Relaciones Internacionales  y el Diálogo Exterior (FRIDE)


Debater o potencial e os desafios da cooperação comercial entre o Brasil e o continente Africano. Esse foi o tema de abertura do I Fórum Brasil África, realizada no Teatro Celina Queiroz no campus da Universidade de Fortaleza – Unifor.


Entre os convidados: Ana Cristina Alves (Angola), pesquisadora do South African Institute of International Affairs; Oladiran Bello (Nigéria), pesquisador da Fundación para las Relaciones Internacionales y el Diálogo Exterior (FRIDE); Gerhard Seibert (Portugal), pesquisador do Instituto Universitário de Lisboa(ISCTE-IUL);


Centro de Estudos Africanos (CEA) e Alexandra Arkhangelskaya (Rússia), pesquisadora da Russian Academy of Sciences, Institute for African Studies. O Fórum Brasil África reuniu uma vasta entre xx e 11 de maio, no campus da Unifor e no Hotel Gran Marquise.


Oladiran Bello trouxe as “Perspectivas de envolvimento futuro do Brasil no contexto evolutivo da África”, apontando a necessidade do Brasil ir além das relações com os países africanos de língua portuguesa e investir em uma postura mais diversificada.
Segundo ele, o Brasil ainda mantém uma relação muito restrita com África, apesar do seu crescimento médio anual de 5%. 


“O Brasil é um parceiro comercial extremamente atraente para nós. O país vem conquistando mais fatia de mercado na África pela sua economia cada vez mais forte. Por isso é preciso que ele consolide negócios não só com os países lusófonos, mas também em outros locais como a Nigéria, que participa ativamente do crescimento econômico africano. 


Alguns estudiosos afirmam que em 2023 a Nigéria irá superar a economia da África do Sul. Em seguida, Seibert  fez a apresentação “A cooperação brasileira em África: atores, práticas e parceiros”, recordando a histórica relação entre o Brasil e o continente africano e destacou o papel do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva nessa reaproximação a partir do ano de 2003.


O pesquisador trouxe inúmeros dados acerca das cooperações: técnica, financeira e educacional e cultural, provocando o Brasil para uma postura mais diversificada e atenta as transformações ocorridas na África. Em 2010, apenas 3,2% do comércio exterior do Brasil foi com a África, um número ainda muito aquém do esperado. 
Nossa cooperação técnica, principalmente, precisa ser fortalecida, pois ela é um importante instrumento de política externa que beneficia ambos os lados”.


Alexandra Arkhangelskaya fez uma análise sobre “Brasil na África – O foco no setor de metais”. A pesquisadora ressaltou a riqueza de recursos minerais encontrada no continente e a diversidade de metais, dentre eles o cobalto, minério fundamental na composição de equipamentos comunicativos, como celulares, computadores, etc.


Ela revela que, infelizmente, na maioria dos casos, a chegada de outros investidores como a Rússia, China e Índia ainda não beneficiam diretamente os africanos. Contudo o Brasil, pela sua afinidade histórica, tem condições de fazer de forma diferente.


“O Brasil com todas suas semelhanças e relações históricas com a África conta com esse diferencial nas oportunidades de negócios no setor de metais. O Brasil tem 27% de influência na mineração africana e vem implementando boas estratégias de relacionamento quando oferece treinamento e contrata mão de obra local para seus serviços. 


O país de vocês tem uma ótima imagem na África, mas ainda tem o desafio de conhecer e quebrar alguns mitos sobre esse continente tão rico”.


Texto: Aby Rodrigues, correspondente do Portal Correio Nagô no Ceará
Fotos: Jornal Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário