A LUTA DO POVO NEGRO BRASILEIRO NÃO PODE PARAR!!!

NossaLuta Não Pode Parar!!!

O Racismo não irá nosvencer!

Companheiras ecompanheiros, A Nossa Luta Não Pode Parar.
Estamos no ano de 2011, no Século XXI e o Racismo ainda se manifesta de forma brutal, violente epor meio das instituições oficiais, ferindo a tudo e a todos, sem que nada enem ninguém se posicione ou se manifeste.

Refiro-me a violência perpetrada contra a Comunidade Remanescente de Quilombo de Sacopã, que fica no bairro da Lagoa, na Zona Sul da Cidade do Rio de Janeiro.

Trata-se de uma velhahistória de tirania e de opressão, que se fosse vivenciada por Zumbi, porCarukango, por Manuel Congo ou por um dos grandes Negros que contra a Escravidão lutaram, teria um desdobramento sangrento.

Na sexta feira – dia 08de julho, por volta das 15hs, oficiais de Justiçe, cumprindo um MandatoJudicial, “Lacraram o portão de entrada do Quilombo Sacopã, impedindo o DireitoUniversal de Ir e Vir dos que ali tem resistido a Muito Tempo. O motivo dessaatitude irracional? “A Intolerância Racial”!!!

Os Quilombolas do Quilombo Sacopã estão lá desde a muito tempo, estão lá desde o final do século19, quando a Lagoa Rodrigo de Freitas era um grande charco e para se chegar látenha-se que caminhar mais de um dia pela Floresta da Tijuca, já que não haviamnem os túneis e nem a estrada do Aterro do Flamengo.

Mas os anos sepassaram e o charco tornou-se um dos bairros com o metro quadrado mais caros do Brasil. E ali, encravada no meio da Classe “A” brasileira reside e Resiste” umgrupo de Negras e Negros Quilombolas, enfrentando toda a sorte de covardia e de opressão.

Seus visinhos, filhos,netos, bisnetos e trinetos da burguesia européia que dominou, econômica e militarmente o Brasil, não se têm conformado, por todos esses anos, que Negros morem e assimcompartilhem do mesmo espaço que eles.

Desse modo, não tem se cansado em tentarretira-los de lá, usando todos os subterfúgios e expedientes disponíveis, tendo(claro) a seu lado, todo o poderio econômico e a elite social que, no governode sergio Cabral, tem tomado conta dos destinos do nosso estado.

Em uma manifestação detruculência e com clara demonstração da intenção de nos humilhar e de nosfragilizar, esmagando o nosso Espírito de Luta e de Resistência (que nostrouxeram até os dias de hoje vivos e crescendo numérica e socialmente)Policiais Militares, empunhando Fuzis de Guerra, dirigiram-se para cumprir essaordem absurda.

E por uma dessas conhecidencias espirituais, estavam lá reunidosmembros da CONAQ, discutindo o Encontro Nacional das Comunidades Quilombolas,que será aqui, na Cidade do Rio de Janeiro.

Lá estávamos, unspoucos, impotentes mas aguerridos, Negras e Negros, indignados mas certos deque há uma divindade viva e justa que tem alimentado os nossos espíritos portoda a nossa história na terra.
Organismos Oficiais?Só o INCRA!

E o CEDINE – Conselho Estadualdos Direitos do Negro? Não, não pode estar, pois tem uma outra incumbência: Conseguira locação do Golden Room do Copacabana Pálace,para fazerem um baile que reunirá a Negras e Negros em uma Baile Histórico (segundo seu presidente).

Mas ele não pode dizer que não sabia da construçãodessa covardia racista, pois um dia antes enviou um e-mail, para toda a rede docedine (composta de conselheiros e de outros militantes do movimento negro)mentido e dizendo que estaria lá.

Nessa segunda feira – 11 de julho, às 14h, um grupo estará na sede do INCRA, junto aos Procuradores, para vermo o que se é possívelfazer “Legalmente”. Mas alguma outra coisa deve ser feita por parte dos Militantes do Movimento Negro, pois a nossa indignação deve ser mostrada etambem, devemos informar a quem não sabe, sobre o que esta se passando lá em Sacopã.

A verdade é que oRacismo, o inimigo comum de todos os Negros e de todas as Negras no Brasil deveser combatido, com todas as armas que se tiver. Da cultura à Religião, do saberà Política, da ciência à educação, a onde estivermos, temos que nos posicionare que nos colocar dizendo que o Racismo não pode ter mais lugar entre nós Povo Brasileiro.

E se algum Negro ou se alguma Negra, por acaso vierem a trair osnossos ideais, devemos esclarecê-los de que, por melhor posição que estejamocupando e por melhor que estejam colocados, o racismo só vê a cor de sua pelae a raça à qual ele pertence.

Não podemos nosconformar com o que houve no Quilombo de Sacopã. Temos que nos “Indignar”!Temos que nos “Manifestar”! A Sociedade tem que saber o que houve lá e o que sedá em vários outros locais e com muitas outras pessoas Negras, tudo isso frutode um Racismo, que Antropologicamente tenta nos eliminar.