sábado, 11 de maio de 2013

13 de Maio entre o sonho da Liberdade e a Vigília

Aproxima-se o dia 13 de maio. Mais um ano. A data marca a assinatura da Lei Áurea, que ditou o fim da escravidão no Brasil, a libertação de todos os escravizados no país. Estamos em 2013.  E por que esta data é controversa? Desde o processo que se deu na “abolição” os protagonistas,  não foram contemplados; mais de um século se passou e muito pouco se mudou em relação a situação do negro na sociedade.

Marginalizados, ainda hoje os negros e mulatos brasileiros disputam um lugar ao sol, tentando se libertar dos grilhões invisíveis do racismo e da discriminação.  O dia 13 de Maio de 1888, através da Lei Áurea, chamada de “lei de ouro” celebrou a Abolição da Escravatura. Os juristas, advogados e os grandes entendedores das leis dizem que a “Lei Áurea” é perfeita apesar de ter dois artigos somente.

A Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, foi a primeira legislação produzida em benefício da população negra, mas demonstrou-se insuficiente na promoção dos direitos dos afrodescendentes. Somente 125 anos depois, outro marco legal foi instituído, na perspectiva de saldar a dívida histórica deixada pela escravidão e sua incipiente abolição. 

Por ter impulsionado a libertação de 800 mil negros mantidos no cativeiro no Brasil, a Lei Áurea é sem sombra de duvida um marco histórico. Mas é indiscutível também que a abolição formal não resolveu questões essenciais para promover a real inclusão dos ex-cativos na sociedade brasileira – ponto das reflexões propostas pelo movimento negro. Os artigos da lei são:

Art. 1: “É extinta a escravidão no Brasil”; Art. 2: “Revoga-se todas as disposições em contrário”. Por mais que se diga que esta lei seja perfeita ela omitiu alguns fatos que foram muito ruins para nós afrodescendentes e hoje para o povo do Brasil em geral. Após a assinatura da Lei Áurea, os descendentes de africanos escravizados conquistaram a liberdade, mas não a cidadania. As elites tentaram apagar o passado escravista do país e substituíram as senzalas pela institucionalização da discriminação racial

Nesta lei, por exemplo, não é dada nenhuma outra condição social ao negro, por exemplo, a Lei Áurea não fala da inclusão do negro na Educação, num programa de Saúde, e nem em programas habitacionais, entre outros. As autoridades brasileiras não admitem a existência do preconceito racial, todos sabem que ele existe e que está impregnado na estrutura de nossa sociedade.

MONER – Atuante manifestação de resistência, o órgão tem sua manifestação política voltada para as questões do negro em caráter específica, mas atua de forma genérica em todos os setores e temas sociais, tendo como centro de sua atuação as questões afrodescendentes. Tem como base de suas ações político-partidárias três pilares, entre eles a implantação plena da Lei 10.639/03, versa o ensino da história, da cultura afro-brasileira e africana,  ressaltando a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira.

Outra ferramenta de mobilização do movimento negro é o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288, de 20 de julho de 2010), que viabiliza cotas raciais em universidades e concursos públicos. A lei contribui significativamente para a diminuição das desigualdades ainda provenientes do período escravocrata, e tem gerado benefícios reais para a população afro-brasileira.

Nos eventos e festividades realizadas neste 13 de maio, devemos fazer uma reflexão e promovermos discussões, que nos levem a avanços da luta pela inclusão das negras e dos negros aos espaços de cidadania, que  nos foi negado a partir da abolição formal do sistema escravista. Devemos criar estruturas para o combate ao racismo e garantir os direitos dos povos descendentes de africanos que foram escravizados no Brasil.

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